quarta-feira, 21 de junho de 2017

Há quatro anos, 100 cidades barravam o aumento de tarifa no Brasil


Hoje, 20 de junho de 2017. Há quatro anos o Brasil vivia um momento histórico. Somando as manifestações em todo o país, 1,25 milhões de pessoas foram às ruas em 20 de junho de 2013. Durante todo o mês, milhares de pessoas ocuparam ruas, ônibus e terminais contra os aumentos de tarifas, contra os ataque das Máfias do Transporte e reivindicaram um transporte coletivo com qualidade.
As Jornadas de Junho, como ficou conhecida, foi uma das maiores vitórias da população de baixo. Mais de 100 cidades barraram o aumento de tarifa[1] e a pauta do transporte entrou de fato nas discussões de toda população. Se até então os debates sobre ônibus sem catracas, redução de tarifas e tarifa zero[2] eram desconhecidas ou vistas como “loucura”, as Jornadas de Junho quebraram essas correntes. Hoje, tanto as pautas do transporte coletivo fora das empresas privadas, como o Movimento Passe Livre (MPL) são conhecidos e debatidos em todo país.
Mas especialmente o dia 20 de junho de 2013 é um dia marcante para os/as que lutam. Em São Paulo, maior cidade do Brasil, o ato foi em comemoração ao congelamento da tarifa, realizado pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT), ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), um dia antes, em 19 de junho. Em Joinville no mesmo mês, mais de 20 mil pessoas foram às ruas contra as tarifas. Em outra manifestação, centenas de pessoas caminharam até a sede da Transtusa, que neste dia, teve a fachada protegida por cordões da Polícia Militar (PM). Com muita repressão policial em todas as cidades, no Rio de Janeiro o fato mais inacreditável. No mesmo 20 de junho de 2013, Rafael Braga, preto e pobre, era preso e meses depois condenado a 11 anos de prisão por portar pinho sol, que segundo a PM, algo criminoso para se carregar ao caminhar em vias públicas.
Quatro anos depois, a criminalização não parou, pelo contrário, continua tão viva quanto a luta. Hoje, 20 de junho de 2017, seis pessoas do Bloco de Lutas pelo Transporte Público de Porto Alegre serão julgadas por supostos atos de crime nas manifestações de Junho de 2013. Julgados por estarem na luta. Julgadas por quem nunca esteve, mas que tem o poder de estarem em ganfrinos gabinetes - e provavelmente em carros com temperatura agradável regulada pelo ar condicionado -.
Diferente de alguns setores políticos - inclusive de esquerda -, o MPL - Joinville não vê as Jornadas de Junho como um início ou motivo para o avanço da direita, aval para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, ou que aquelas foram manifestações desorganizadas ou sem pauta definida. Para isso, nos baseamos nas chamadas para os atos, as faixas de frente dos atos, cantos, falas e catracaços. Todos, voltados para um tema: contra o aumento de tarifa. Não por menos, 100 cidades barraram os aumentos de tarifa. Outra conquista fundamental para a luta pelo transporte pós-Jornadas de Junho é a aprovação da PEC 74/2013[3], que coloca o transporte coletivo como direito social na Constituição Federal, aprovado em dezembro de 2013 no Senado[4].
Pensamos, claro, que é indiscutível que em certo momento as pautas foram aumentando e muitos atos se tornaram genéricos. Isso, massificada pós-redução das tarifa nas 100 cidades. Porém, aqui fazemos uma reflexão sobre o poder e distorção do caráter dos atos que os grandes meios de comunicação podem fazer. Por vezes, as grandes mídias - que pela televisão chegam em 95% das casas brasileiras - intensificaram as chamadas dizendo que as manifestações eram contra a corrupção ou contra a PEC 37, em vez de citar a luta contra o aumento de tarifa. Nesse caso ou em qualquer outro, o enfrentamento contra as empresas de notícias para manter a pauta é um trabalho árduo e duro, dobrando a dificuldade quando se está num período de manifestações. Mesmo assim, com os trabalhos de base e utilizando a internet - que chega em 58% do lares -, pensamos que o caráter das manifestações em que o MPL convocou eram claros e possível de se entender o real objetivo, sendo este a “guerra contra o aumento da tarifa”.
Mas para além disso, também preferimos ficar com alguns outros momentos e vitórias históricas para os/as de baixo conquistados depois das Jornadas de Junho de 2013. Várias lutas foram realizadas inspiradas nas ideias de organização horizontal, autônoma e apartidária, esses mesmos princípios realizados pelo MPL desde sua fundação em 2005. Ou seja, se alguns setores preferem afirmar que o Movimento Passe Livre deu aval para setores reacionários, nós preferimos ficar com a Revolta dos Garis no Rio de Janeiro[5], em 2015; com a luta por luz e água em Guiné-Bissau[6] e com as ocupações das escolas em todo o país em 2015 e 2016.
As Jornadas de Junho de 2013 não “aconteceram do nada”. Para ser o que foi, para que centenas de milhões de pessoas fossem às ruas contra o aumento de tarifa e por um transporte coletivo de qualidade, foram oito anos de muito trabalho de base em escolas, universidades, bairros, diálogos com outros movimentos sociais, com setores da educação, saúde etc. Incansáveis discussões com estudantes e trabalhadores.
Quatro anos se passaram e a luta continua viva, as catracas continuam sendo puladas. Portanto, a luta e o Movimento Passe Livre não param, assim como as Jornadas de Junho vivem. O MPL ainda está por aí, nos bairros, escolas, ocupações e incansavelmente enfrentando as monstruosas Máfias do Busão, e junto à população, mostrando que andar de ônibus sem catracas e sem tarifas é possível[7].

Outras jornadas de lutas contra as tarifas virão. A Tarifa Zero será pra geral![8]

LIBERDADE PARA RAFAEL BRAGA!
PROTESTO NÃO É CRIME! SÓ A LUTA MUDA A VIDA!
TARIFA ZERO QUANDO? TARIFA ZERO JÁ! POR UMA VIDA SEM CATRACAS!

Notas:

[1] Veja em quais cidades houve redução da tarifa do transporte em 2013, disponível em: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/07/veja-em-quais-cidades-houve-reducao-da-tarifa-do-transporte-em-2013.html

[2] O que é tarifa zero?, disponível em: http://mpljoinville.blogspot.com.br/2010/06/o-que-e-tarifa-zero.htm

[3] PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO nº 74, de 2013, disponível em: http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/115729

[4] Transporte passa a ser direito social na Constituição, disponível em: http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2015/09/09/transporte-passa-a-ser-direito-social-na-constituicao

[5] Nova vitória de garis do Rio de Janeiro mantém viva a ‘revolução laranja’, disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/03/21/politica/1426969477_916839.html

[6] Guiné-Bissau: uma luta por luz e água, disponível em: http://passapalavra.info/2014/08/98833

[7] Maricá, a cidade do passe livre, disponível em: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/marica-a-cidade-do-passe-livre-4100.html

[8] Tarifa zero e mobilização popular | Lúcio Gregori e Paulo Arantes, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QyPBUDlV4d4

domingo, 8 de janeiro de 2017

Gráfico mostra que os aumentos de tarifa continuam acima da inflação

(clique na imagem para lê-la no detalhe)
O Movimento Passe Livre (MPL) Joinville atualizou o gráfico mostrando a evolução do aumento de tarifa de 1996 a 2017, junto, dados sobre o aumento da inflação no mesmo período, já que esta é uma das principais justificativas da Prefeitura, Gidion e Transtusa para aumentar as tarifas de ônibus na cidade.

O gráfico expõe o que já falamos a muito tempo, a tarifa sempre sobe acima da inflação. Nos últimos 21 anos, a inflação teve um aumento de 292%, enquanto a tarifa teve um aumento de 567%. 

Boa parte das justificativas para o aumento de tarifa é que o índice inflacionário deve ser recomposto. Porém, se a tarifa seguisse de fato a inflação seu preço seria em torno de R$2,36

Se os salários – em tese – acompanham a inflação, a tarifa de ônibus a ultrapassa em muito, tornando-se um encargo significativo para as famílias brasileiras. Como já postado anteriormente neste blog, o transporte chega a consumir mais de 20% do orçamento dos brasileiros. Desse modo, se pratica uma tarifa antissocial, fazendo do transporte um artigo de luxo e excluindo milhões de pessoas desse serviço (segundo o IBGE, cerca de 37 milhões de pessoas são excluídas do transporte coletivo por não poderem pagar). Isso significa que o direito à cidade, ao lazer, à saúde, à educação são vedados a milhares de pessoas.

Precisamos destacar também o absurdo que se inicia a partir de 2001, com a criação da "tarifa embarcada". Em Joinville, o usuário de ônibus precisa pagar uma "multa" caso não tenha a passagem já comprada para entrar no veículo. Isso se deve ao fato das empresas Gidion e Transtusa terem excluídos os cobradores; o que deixa o caso ainda pior, pois a empresa demitiu vários trabalhadores, sendo assim, cortando custos, e mesmo assim aumentou as tarifas em todos os anos seguintes.

Além disso, os/as atuais motoristas são obrigados a fazerem de duas a três funções: motoristas, cobradores e por vezes até precisam limpar os veículos após as viagens. Precisamos entender que a luta contra a Máfia do Busão não é só de quem usa o transporte coletivo, mas também dos/das trabalhadores/as que são explorados pela Gidion e Transtusa.

O MPL não lança mão apenas de dados, apontamos também a causa do problema do transporte: o transporte estar sob poder da iniciativa privada, ser um objeto de lucro, um meio de enriquecimento de meia-dúzia de empresários e empobrecimento do grosso da populaçãoÉ por isso que além de qualquer debate sobre uma tarifa maior ou menor, justa ou injusta, o MPL propõe a revisão completa do atual modelo tarifário e de gestão do transporte – por um transporte fora da iniciativa privada, público e com participação popular.

Em tempo: a despeito do truque barato de ilusionismo de Udo Dohler em aumentar a tarifa em R$0,30 centavos, os problemas do transporte permanecem. Por exemplo, exclusão de mais pessoas do transporte coletivo, mais engarrafamento e acidentes e mortes no trânsito. A ação de Udo Dohler tem que ser vista naquilo que realmente é: puro diversionismo para aumentar a tarifa, de fato, em trinta centavos e conseguir legitimidade para mais um passo na ampliação da desigualdade sócio-espacial em Joinville. A luta pelo transporte público permanece, isso porque nossa luta é contra todo aumento de tarifa, grande ou pequeno, e, mais ainda, contra toda e qualquer tarifa e/ou catracas. 

O índice utilizado para se medir a inflação é o INPC, que segundo o site do IPEA acompanha a evolução dos preços de “9 grupos: 1. Alimentação e bebidas; 2. Habitação; 3. Artigos de residência; 4. Vestuário; 5. Transportes; 6. Saúde e cuidados pessoais; 7. Despesas pessoais; 8. Educação, leitura e papelaria; 9. Comunicação”.

O transporte coletivo privado é um fracasso


(clique na imagem para lê-la no detalhe)

Neste outro gráfico, é possível ver o quanto esse modelo transporte coletivo tarifário - na mãos de empresas privadas, é fracassado. 

Entre os anos 2000 e 2015, a população de Joinville teve um aumento quase 133 mil habitantes, enquanto o transporte coletivo perdeu 24 mil passageiros. A lógica e a conclusão são óbvias, o transporte coletivo na mão de empresas privadas não agrada e não é atraente para a população. Além de uma das tarifas mais caras do país, hoje os cidadãos de Joinville precisam andar em ônibus lotados, com horários escassos, desconforto, etc.

A Tarifa Zero não é só possível, mas como há ótimos exemplos, como em Hasselt, na Bélgica. Após a introdução da política de tarifa zero, o uso do transporte público aumentou imediatamente e se manteve alto, sendo, hoje, dez vezes maior se comparado ao período anterior. O site oficial de Hasselt registra o crescimento da seguinte forma:





Por garantir acesso à tarifa zero no transporte público, o site de notícias http://gva.be descreveu o cartão de identidade dos habitantes de Hasselt da seguinte forma: “vale como ouro”.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A quem agrada o transporte coletivo com catracas?

Terminamos 2016 com uma certeza: a população de Joinville já não suporta mais a Máfia do Busão. Longa espera para passar a linha, lotação de ônibus, veículo em péssimo estado e o pior: precisamos pagar por isso e ainda passar por uma catraca.
No "espaço do leitor" desta semana, no jornal Notícias do Dia, os usuários de ônibus comentaram sobre esses problemas. Ao menos três pessoas enviaram queixas ao jornal. Nelas, estão reflexões sobre as poucas mudanças no transporte coletivo da cidade desde 1997, quase 20 anos atrás; gerando o problema da atual da falida mobilidade urbana. Filas, trânsito engarrafado, acidentes, etc. Isso pelo excesso de veículos individuais que é motivado pela exclusão de pessoas e falta de incetivo pelo uso transporte coletivo.
Outras reclamações e observações são citadas por outras pessoas, como por exemplo, o transporte coletivo atual não ser público já que está nas mãos da Gidion e Transtusa, duas empresas privadas que lucram em cima das população. Cícero D'Cardousus, por exemplo, morador da zona norte, conta que leva 50 minutos para chegar ao local desejado pelo descaso das empresas com os horários de linhas, o que de carro levaria 10 minutos.
Agora questionamos sobre os "encontros com a cidade" que o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (IPPUJ) e Prefeitura de Joinville realizaram com propostas de valorizar o transporte coletivo e incentivar a cidade para usar ônibus. Como a cidade se motivará a deixar o transporte individual com o péssimo serviço de transporte coletivo que temos hoje? Além disso, fala-se numa tarifa custando pelo menos R$4 em 2017. Como a Prefeitura quer incentivar a população a usar um transporte coletivo financiado de forma tarifária paga pelo próprio usuário? É sem dúvidas uma ingenuidade ou aliança da prefeitura com as empresas Gidion e Transtusa.
Como dito no início, a população de Joinville não aguenta mais o sistema de transporte coletivo atual da cidade. Poucas pessoas estão sendo beneficiadas com sistema tarifário de ônibus e suas catracas. Duas famílias para sermos exatos. As famílias proprietárias da Máfia do Busão.
Segundo o IBGE, cerca de 37 milhões de pessoas são excluídas do transporte coletivo por não poderem pagar). Isso significa que o direito à cidade, ao lazer, à saúde, à educação são tirados a milhares de pessoas.
Há 11 anos, o Movimento Passe Livre vem discutindo transporte coletivo com Tarifa Zero, pago com imposto progressivo, sobre grandes fortunas, ou seja, que os ricos pagem a tarifa. A população não terá motivação para andar de transporte coletivo enquanto duas famílias ficarem ricas em cima da população mais pobre.
Leve a pauta do transporte e da Tarifa Zero para o seu bairro!
Só a luta muda a vida!

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Conheça o MPL - Reunião de Novos Membros


Há 11 anos, o Movimento Passe Livre (MPL) vem discutindo transporte coletivo e mobilidade urbana no país. Trânsito caótico, tarifa cara, lotação de ônibus, prioridade para transporte individual, valorização do transporte coletivo, tarifa zero, passe livre, empresa pública de ônibus, conselho de usuário, etc.
Em Joinville não é diferente, desde 2005 o MPL vem realizando trabalhos em escolas, bairros, ocupações, espaços culturais e populares para discutir mobilidade urbana e transporte coletivo gratuito.
Para conseguirmos a Tarifa Zero, o Passe Livre e um transporte coletivo de fato público, precisamos manter nossos trabalhos, atividades e ações. Acreditamos que só com a conscientização da população e com muita organização e luta é que chegaremos aos nossos objetivos.
Desde janeiro de 2016, pagamos a maior tarifa do Brasil, no valor de R$4,50. Além disso, a Máfia do Busão – composta por Gidion, Transtusa e Prefeitura -, contaram linhas, fecharam terminais e pouco se preocupam com a lotação dos veículos e o horário escasso das linhas.
Por isso, convidamos a todos e todas para discutir e debater sobre transporte coletivo; e conhecer e participar do MPL - Joinville. A necessidade de vencer as catracas do busão foi e é extremamente urgente. Cada pessoa deve chamar os/as amigos/as mais dispostos para também participar da atividade.
SÓ A LUTA MUDA A VIDA!
POR UMA VIDA SEM CATRACAS!
TARIFA, TARIFA, TARIFA ZERO JÁ!
[+]Confirme presença no evento: https://www.facebook.com/events/370381616642635/

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A prefeitura que pensa o transporte coletivo em quatro encontros

A Prefeitura de Joinville realizará QUATRO encontros na cidade para discutir e e pensar o transporte coletivo da cidade. De uma maneira fajuta e muito mais simbólica que eficiente, os de cima propõe tais encontros para dar uma imagem de que ouve a população e faz um governo ao lado dos de baixo.

O Movimento Passe Livre pensa que, por mais importante que sejam, quatro encontros são insignificantes para ouvir as queixas, ideias e propostas da população, e assim, construir o transporte coletivo com quem de fato usa ele.

Os encontros serão nos dias 16 (região Sul), 17 (Sudeste), 21 (Leste) e 22 de novembro (Norte). o MPL estará presente em todos, levantando as nossas reivindicações dos 11 anos de luta: fim da Máfia do Busão, Tarifa Zero e Conselho de Usuários/as.

Geral convidado pra somar e fortalecer as nossas propostas. Nunca pediremos para que nos ouçam, nossas pautas são exigências!


[+]Prefeitura de Joinville abre edital para debates sobre o Transporte Coletivo: http://ndonline.com.br/joinville/noticias/prefeitura-de-joinville-abre-edital-para-debates-sobre-o-transporte-coletivo

domingo, 30 de outubro de 2016

Ocupar as ruas contra Udo Döhler e a Máfia do Busão





Neste domingo, 30, quatro dias depois do Dia Nacional de Luta pela Tarifa Zero, Joinville teve que decidir entre Udo Döhler (PMDB) e Darci de Matos (PSD) para prefeito entre os anos 2016 e 2020. Ambos com apoio dos setores empresariais e conservadores de Joinville, quem saiu “vitorioso” foi o atual prefeito, Udo Döhler, sendo reeleito com 55% dos votos.

Se Darci de Matos é do mesmo partido de Raimundo Colombo, este ligado historicamente a agir com violência e truculência nas greves de professores de Santa Catarina, Udo está há anos ligado à Associação Empresarial de Joinville (Acij), possui raríssimos momentos de diálogo em greves dos servidores públicos e com a sociedade em geral. Além disso, Döhler, em seus quatro anos de mandato, aumentou a tarifa do transporte coletivo em todos eles.

Como se não bastasse isso, com a escolha dele, a partir de 2017, Joinville terá o coronel da Polícia Militar, Nelson Coelho, como vice-prefeito. Coelho tem um histórico de ameaças, atos violentos e ironias quando está em manifestações populares, como nas contra o aumento e existência da tarifa. Como vemos neste vídeo, o vice de Udo não sabe dar respostas seguras sobre a “segurança” da manifestação e pior, afirma que o capanga da Transtusa está ajudando a fechar o trânsito e nada faz quando o homem é acusado por diversas pessoas que está realizando provocações durante a manifestação.

Precisamos também lembrar da violência policial nas periferias de Joinville, onde as provocações também são acompanhadas de torturas e mortes. Udo, com sua histórica ligação com empresários, aliança com a Gidion e Transtusa e vivência na Acij, local de encontro e reunião dos playboys da cidade, mostra a cada dia seu posicionamento de bater nos de baixo para defender os de cima.

Precisamos lutar contra os de cima, contra quem nos explora todos os dias com aumento de tarifa, com catracas, com violência e exploração. A Tarifa Zero e todas as outras conquistas do povo não virão da bondade dos gabinetes. Mais que nunca, precisamos no organizar, estarmos nos bairros, nas periferias, nos estádios de futebol e em todos os ambientes ao lado e com o povo, com os/as de baixo. Nossas pautas serão reivindicadas nas ruas até que os gabinetes sejam obrigados a nos atender. Nunca pediremos e ou iremos depender de favores. Nossa luta sempre foi e sempre nas ruas!

Seja com Udo Döhler, Darci de Matos ou qualquer outro prefeito, ano que vem estaremos novamente nas ruas, contra a tarifa, contra a Máfia do Busão, contra a perseguição de capangas e contra a violência da policial. Estaremos ocupando ruas e terminais até que não existam mais tarifa e catracas. Até que o povo esteja no poder!

O Movimento Passe Livre (MPL) é um movimento social autônomo, apartidário, anticapitalista e está há 11 anos fazendo trabalhos sobre conquistar um transporte coletivo de fato público, gratuito e para todos e todas.

POR UMA VIDA SEM CATRACAS!

Movimento Passe Livre - Joinville

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Máfia do Busão e a fraude da licitação



Como que duas empresas privadas feito a Gidion e a Transtusa mandam no transporte coletivo de Joinville há 50 anos? Com fraude, é óbvio!

A matéria do portal G1, publicada dia 4 de agosto, fala sobre a fraude nas licitações do transporte coletivo em 19 cidade do Brasil, entre elas Joinville. Há 50 anos diferentes prefeitos são eleitos, de diferentes partidos políticos e nada muda. Luis Henrique da Silveira e Udo Döhler do PMDB, Marco Tebaldi do PSDB, Carlito Merss do PT e tantos outros jogaram o jogo junto com a Máfia do Busão. Os contratos são vergonhosamente renovados, a licitação não sai e o transporte coletivo é gerido por quem não anda de ônibus.

Três desses candidatos estarão novamente concorrendo a prefeito de Joinville e se eleitos continuarão a enriquecer seus bolsos e os da Gidion e Transtusa.

O Movimento Passe Livre é um movimento social autônomo e apartidário. Nossa luta sempre foi e sempre será ocupando as ruas e terminais e colocando fogo nas catracas.

O que apontam os e-mails

"Em 18 de junho de 2010, Antonio Carlos Marchezetti, sócio da Logitrans, envia a Garrone Reck e Sacha Reck minuta de um edital de licitação para a contratação de empresa de consultoria para apoio na elaboração do processo de licitação de ônibus.

Ou seja, os próprios sócios da Logitrans teriam elaborado, em nome da Prefeitura de Joinville, o texto do edital de concorrência pública que servirá para contratar a própria Logitrans."

Versão dos envolvidos

"O ex-prefeito de Joinville, Carlito Merss (PT), atualmente, pré-candidato à prefeitura, declarou não ter interesse em falar com o G1. A reportagem do portal entrou em contato também com a assessoria de imprensa de Merss, que não havia dado resposta até a última atualização desta reportagem.

Até esta terça-feira (2), os documentos estavam sendo analisados pela 13ª Promotoria de Joinville, responsável pela área da Moralidade Administrativa. Quando concluída esta fase, o órgão definirá os procedimentos a serem adotados com relação ao assunto."

Movimento Passe Livre - Joinville 
POR UMA VIDA SEM CATRACAS!
SÓ A LUTA MUDA A VIDA!


terça-feira, 4 de agosto de 2015

A contradição de Marcelo Harger

No mês de julho o advogado Marcelo Harger escreveu para o jornal A notícia um artigo chamado “Chineizando o poder administrativo”. Nesse artigo ele avalia e compara o processo administrativo no Brasil com o chinês e aponta pontos que fazem o processo administrativo punitivo brasileiro atrasado e autoritário. No último parágrafo o advogado conclui que “É preciso brecar o rumo autoritário que segue o direito administrativo sancionador brasileiro. Autoridades são alguns durante algum tempo. Cidadãos somos nós por toda a vida.”
O interessante desse artigo e de todas as palavras usadas pelo escritor, é que algum tempo atrás ele utiliza essa mesma coluna para publicar um artigo chamado “movimentos criminais”, no qual ele argumenta sob a mesma ótica atrasada e autoritária apontada no artigo recente para denunciar os “crimes” praticados por manifestantes - ou bagunceiros, palavra usada no artigo - em atos de protestos que ocorreram no começo de 2014.
Outro fato que torna Marcelo Harger contraditório, é que o mesmo advogado - que reclama de autoritarismo do Estado - junto com as empresas de transporte coletivo Gidion e Transtusa, movem mais de 25 processos em cima de militantes que lutam por um transporte de fato público e com qualidade. “Talvez” por carregar o sobrenome Harger em sua vida, o colunista usa de sua própria revolta para impor o mesmo autoritarismo e incriminar judicialmente pessoas que dedicam-se por melhorias e justiça na sociedade.
Leia o artigo “Movimentos Criminais” aqui: http://wp.clicrbs.com.br/comunidade/2014/02/03/movimentos-criminais/
O processo administrativo punitivo no Brasil é sim atrasado e autoritário, não há dúvidas quanto isso, porém a “grande discricionariedade“, o uso dessas várias pontas abertas nas leis vai do interesse de quem está trabalhando nela e pra quem ele está trabalhando. Como foi mencionado na resposta ao artigo, “Os poderosos que violam as leis têm seus privilégios garantidos. Já para aqueles que sofrem com o descumprimento da lei, a proposta pura e simples é a criminalização.” O lado de interesse em que o autor do artigo está ficou muito bem exposto no seu artigo de 2014, será mesmo que aquilo que ele anseia é brecar o rumo autoritário?

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Greve de motoristas por todo o Brasil

Em todo o país, aconteceram e estão acontecendo paralisações de funcionárixs de transporte coletivo. Em Campinas (SP), a categoria reivindica ajuste acima da inflação e na participação dos lucros. No Distrito Federal, três mil ônibus pararam de circular das 10h até por volta das 15h, e os rodoviários dizem que os empresários sumiram da mesa de negociações. Eles reivindicam aumento salarial de 20% e reajuste de 30% no valor da cesta básica. Em Florianópolis, as manifestações foram contra a terceirização dos serviços dos trabalhadores. 

A greve é aprovada por assembleia em Florianópolis, em maio de 2015.

Em Joinville a exploração é muito maior, pois além do baixo salário, xs funcionárixs tem que fazer duas funções, a de motorista e a de cobrador, e o Sindicato não defende os defende, apenas segue ordens dos patrões das empresas Transtusa e Gidion. Podemos perceber isso numa ação que o Ministério Público do Trabalho (MPT) move contra as empresas do transporte coletivo de Joinville, na qual numa primeira parte é buscado caracterizar o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte como um “sindicato amarelo”, onde o próprio empregador estimula e controla (mesmo que indiretamente) a organização e ações do sindicato. Os outros objetivos da ação tem relação com a ilegalidade das últimas eleições para o Sindicato no ano de 2013, e ainda há um pedido da promotoria para o juiz. 

A ação do MPT contra as empresas Gidion e Transtusa, que pode ser acessada por quem tiver interesse sob o número 0001338-13.2013.5.12.0028, e se iniciou quando um funcionário alegou fraude em sua candidatura à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). No documento, é possível ter contato com alguns depoimentos de trabalhadores que foram prejudicados pelas empresas por simplesmente querer fazer uma chapa de oposição nas eleições, sendo alguns deles demitidos sem um motivo plausível, e a ação traz ainda algumas observações sobre a CIPA, onde os membros dela são pessoas de alta confiança das empresas, e que não há motoristas participando dessa Comissão.


O Movimento Passe Livre apoia a luta dos trabalhadorxs, e busca junto com todxs, construir um transporte de fato público e com um ambiente de trabalho justo!

quarta-feira, 18 de março de 2015

Tarifa de ônibus muito acima da inflação.



O gráfico mostra a evolução do aumento da tarifa de ônibus de 1996 até o inicio de 2015.
No gráfico vemos que a tarifa de ônibus teve um aumento muito superior ao da inflação. Enquanto a inflação no período foi de 231%, a tarifa aumentou 442%, portanto a tarifa aumentou quase o dobro da inflação.
As empresas Gidion e Transtusa sempre utilizam da justificativa de aumentar a tarifa devido à inflação. No entanto, se a tarifa seguisse de fato a inflação seu preço estaria em torno de R$1,99.
Conforme o IBGE, cerca de 37 milhões de pessoas são excluídas do transporte coletivo por não poderem pagar o total da tarifa no mês. Isso significa que o direito à cidade, ao lazer, à saúde, à educação, etc são vedados a milhares de pessoas.
Neste início ano o Movimento Passe Livre de Joinville e de outras cidades, fizeram diversas manifestações em suas respectivas cidades com o intuito de barrar o aumento. Aqui em Joinville o prefeito, o qual assina a autorização para o aumento da tarifa, demonstrou não ter nenhuma consideração ou resposta para a população que foi às ruas para barrar o aumento, nos meios de comunicação a prefeitura apenas dizia que não tem nada a declarar.  Mostrando que administra de forma autoritária, sem nenhuma consideração com xs trabalhadorxs e estudantes que sofrem com o aumento da passagem.
O MPL não lança mão apenas de dados, apontamos também a causa do problema do transporte: o transporte esta sob poder da iniciativa privada, ser um objeto de lucro, um meio de enriquecimento de meia-dúzia de empresários e empobrecimento do grosso da população. É por isso que além de qualquer debate sobre uma tarifa maior ou menor, justa ou injusta, propomos a revisão completa do atual modelo tarifário e de gestão do transporte – por um transporte fora da iniciativa privada, público e com participação popular através de conselho de usuários.


O índice utilizado para se medir a inflação é o INPC, que segundo o site do IPEA acompanha a evolução dos preços de “9 grupos: 1. Alimentação e bebidas; 2. Habitação; 3. Artigos de residência; 4. Vestuário; 5. Transportes; 6. Saúde e cuidados pessoais; 7. Despesas pessoais; 8. Educação, leitura e papelaria; 9. Comunicação”.